ATA DA QUADRAGÉSIMA
TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 21-5-2014.
Aos vinte e um dias do mês
de maio do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto
Kopittke, Alceu Brasinha, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, João Derly, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Paulinho Motorista,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/14 (Processo nº
1008/14), de autoria do vereador Márcio Bins Ely. Do EXPEDIENTE, constaram
Ofícios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da
Educação, emitidos no dia cinco de maio do corrente. Após, foi apregoado
Requerimento de autoria do vereador Paulo Brum, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde nos dias de hoje e amanhã. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Engº Comassetto. A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo vereador Clàudio Janta, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos. Em continuidade, por solicitação dos vereadores Delegado
Cleiton, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol e Engº
Comassetto, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Ricardo
Dreher e Jair Foscarini, falecidos no dia de ontem, Iris da Cunha Godoy,
falecido no dia dezoito de maio do corrente, Antonio Estima e Mário Francisco
de Maria Rocha, falecidos no dia dezenove de maio do corrente, e Nadir Amaral.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 011/14, discutido pelo vereador Delegado
Cleiton, os Projetos de Lei do Legislativo nos 256, 331, 392, 395,
397/13, 059, 064, 071, 091, 102, 120, 035/14, este discutido pelo vereador Engº
Comassetto, 065/14, discutido pelos vereadores Engº Comassetto e Delegado
Cleiton, e 088/14, discutido pelo vereador Mario Fraga, o Projeto de Lei do
Executivo nº 018/14, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol e Engº
Comassetto; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 053,
010/14, discutido pela vereadora Fernanda Melchionna e pelos vereadores
Reginaldo Pujol, Engº Comassetto e Delegado Cleiton, 058/14, discutido pelo
vereador Delegado Cleiton, e 084/14, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento de
autoria da vereadora Fernanda Melchionna, Vice- Líder da Bancada do PSOL,
solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde para o vereador Pedro Ruas, no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Marcelo Sgarbossa e Tarciso Flecha
Negra e a vereadora Any Ortiz. Às quinze horas e dezessete minutos, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a
Emenda nº 01, de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada
do PROS, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/11 (Processo nº
4030/11). Em Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 010/13 (Processo nº 2495/13). Foi aprovada a Emenda nº 14 aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por dezenove votos SIM, três votos
NÃO e sete ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor
Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any
Ortiz, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal, votado Não os vereadores
Fernanda Melchionna, João Derly e Jussara Cony e optado pela Abstenção os
vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Mauro
Pinheiro, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. Foi rejeitada a
Emenda nº 15 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por
onze votos SIM, quinze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal
solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores
Alberto Kopittke, Any Ortiz, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna,
João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro,
Mônica Leal, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado pela
Abstenção os vereadores Delegado Cleiton, Professor Garcia e Valter Nagelstein.
Foi rejeitada a Emenda nº 16 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 010/13, por seis votos SIM, quatorze votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os
vereadores Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario
Manfro, Mônica Leal, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado pela Abstenção os
vereadores Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Paulinho Motorista,
Professor Garcia, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 18 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/13, por dezessete votos SIM, seis votos NÃO e cinco
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Marcelo Sgarbossa,
Sofia Cavedon e Airto Ferronato, em votação nominal solicitada pelo vereador
Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Reginaldo Pujol e Waldir Canal, votado Não os vereadores Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa e Sofia
Cavedon e optado pela Abstenção os vereadores Clàudio Janta, Professor Garcia,
Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Foi aprovado o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por vinte votos SIM, oito votos NÃO
e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Marcelo
Sgarbossa, Idenir Cecchim, Cassio Trogildo, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon
e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor
Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any
Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e Waldir Canal, votado Não os vereadores
Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara
Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção
os vereadores Clàudio Janta, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Em
Votação, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador João Carlos Nedel,
solicitando a renovação da votação do Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 012/13 (Processo nº 1422/13), por dezesseis votos SIM, sete
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor
Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any
Ortiz, Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e Waldir Canal, votado Não os
vereadores Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os
vereadores Delegado Cleiton e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 145/13 (Processo nº
1503/13), o qual, após ser discutido pela vereadora Any Ortiz e pelo vereador
Reginaldo Pujol, teve suspensa sua discussão, em face da inexistência de quórum.
Durante a Sessão, os
vereadores Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein e a vereadora Fernanda
Melchionna manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e
quarenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pelo vereador Clàudio Janta, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos vereadores Professor Garcia, Delegado Cleiton e Guilherme Socias
Villela e pela vereadora Any Ortiz e secretariados pelo vereador Guilherme
Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Paulo Brum, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de 21 a 22 de maio de 2014.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Professor Garcia; meus colegas Vereadores e Vereadoras,
senhores e senhoras que nos dão a satisfação de assistir o nosso debate, venho
aqui em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores para trazer e ratificar a
posição do Partido, porque ontem já expus ao Presidente e ao colegiado dos
Vereadores, na reunião rápida que fizemos, sobre o tema das audiências públicas
e dos debates necessários aqui nesta Cidade. Todos nós temos a preocupação de
fazer legislações, votar legislações e sempre demos acordo neste colegiado, e o
Partido dos Trabalhadores – que represento aqui - sempre construiu com os
demais partidos. Quando se precisa ter celeridade, nós apostamos; quando se
precisa aprovar projetos para captar recursos, nós fazemos aqui as discussões
necessárias; nunca retardamos processos. Entendemos a Cidade exige esse debate.
E a nossa lei Orgânica é muito clara no sentido de que sempre que uma entidade
pede audiência pública o Executivo e/ou Legislativo tem que realizar essa
audiência pública.
Bom, foi feita uma tentativa, na última semana,
de realizar aqui uma reunião pública sobre o tema das ERBs. Mesmo assim houve
contestação, que gerou uma liminar judicial. A nossa opinião é que devemos
trabalhar em conjunto, aqui no colegiado, no sentido de marcarmos essa
audiência pública para que esses ritos e esses processos possam ser realizados,
cumprindo o papel do diálogo, o papel da democracia e o cumprimento da Lei
Orgânica Municipal.
Portanto, venho aqui, fruto da nossa reunião de
Bancada de hoje de manhã, ratificar e trazer a nossa opinião, a nossa postura
oficial a respeito do processo, porque, quanto mais nós quisermos fazer debate
entre nós, trazer o contraditório desse ponto... E gostaria de transmitir aos
demais Líderes, até porque
amanhã de manhã nos reuniremos para fazer esse debate; e que, de hoje até
amanhã de manhã, os partidos possam tratar nos seus fóruns íntimos, nos seus
colegiados, para procedermos à decisão política de superarmos as dificuldades
e, tranquilamente, enfrentarmos esse debate.
Temas
polêmicos e temas complexos, Vereadores e Vereadoras, quando existem dúvidas
por parte da Cidade, quando existem dúvidas por parte de setores, a melhor
solução que nós encontramos, que podemos dar é oferecer o diálogo, é oferecer o
debate, é oferecer o acolhimento das sugestões, mesmo que sejam sugestões do
contraditório, porque, quando vários segmentos opinam e sugerem, nós podemos
construir a síntese e a Cidade sai ganhando.
Então
creio que esta Câmara tem que exercitar sempre o poder do diálogo, o poder do
debate e construir a síntese. E o que nos norteia é a Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, ou seja, primeiro a Constituição Federal, depois a
Constituição do Rio Grande do Sul e a Lei Orgânica do Município, que é a nossa
Constituição. E na Lei Orgânica do Município é dito, com toda a clareza, que,
quando uma entidade de Porto Alegre ou uma de âmbito estadual que tenha mais de
três mil filiados oficializa um pedido de audiência pública, este Legislativo é
obrigado a fazê-la. E com a decisão judicial que saiu ontem, dizendo que
suspendêssemos a votação para realizar a audiência pública sobre o projeto das
estações de radiobase ou projeto de telefonia, a nossa Bancada, do Partido dos
Trabalhadores, vem a esta tribuna dizer que nós devemos, no colegiado, nos
empenhar e marcar essa audiência pública e processar esse tema com
tranquilidade, e não reagirmos a essa questão judicial. No nosso ponto de
vista, Presidente, não devemos nem recorrer à Justiça, e sim sair na
pró-atividade e marcar a audiência pública.
Era
isso que eu queria trazer aqui em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Inclusive, essa sempre foi a nossa posição. Fizemos aquela sugestão de
construirmos um intermediário, que era o diálogo público, porque entendíamos
que isso poderia ser superado. Não foi superado, vamos para a legalidade,
garantir a democracia e a participação. Grande abraço e muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente,
entrar na Pauta, em virtude do PLL nº 120/14 ter um prazo para ser analisado e votado por esta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O SR. DELEGADO CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio, pelo falecimento do policial Sr. Ricardo Dreher, que atuava
ultimamente na 16ª DP, bairro Restinga.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO
(Requerimento): Sr.
Presidente, solicito um minuto de silêncio em virtude do falecimento do Sr.
Íris Godoy, um dos profissionais do mercado imobiliário mais respeitado do
Brasil. Queremos nos somar e pedir essa homenagem a esse grande brasileiro a
quem muito deve o mercado imobiliário, não só do Rio Grande do Sul, como também
do Brasil.
O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente, quero, em nome da nossa
Bancada do PMDB, solicitar um minuto de silêncio em homenagem ao ex-Deputado e
ex-Prefeito de Novo Hamburgo, Jair Foscarini, até ontem tesoureiro do PMDB do
Rio Grande do Sul.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, na mesma linha que os
colegas anteriores, peço que acrescente a homenagem ao Dr. Antonio Estima,
cirurgião plástico dos mais qualificados, professor das universidades do Rio
Grande do Sul, que no dia de hoje recebeu as derradeiras homenagens. Da mesma
forma, ao Nadir Amaral, servidor público de muita competência e qualidade, que
nos deixou, nesta semana, depois de longa enfermidade.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, nos associando ao pedido
já feito, lamentando também a morte do Sr. Mário Francisco de Maria Rocha, que
foi assassinado em nossa comunidade em Ipanema, ao tentar conter o assalto em
uma farmácia.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Deferimos os pedidos.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com
aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 3516/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 395/13,
de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que estende a denominação Rua Ana Júlia
Pereira ao logradouro público não cadastrado conhecido como Rua G – Chácara das
Peras –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 0466/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 035/14,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que institui o Programa Dia sem Carne,
destinado a incentivar a prática da alimentação vegetariana e da filosofia
vegana. Com Emenda nº 01.
PROC. Nº 2216/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 256/13,
de autoria do Ver. Professor Garcia, que estabelece procedimentos a serem
adotados para o descarte de produtos de uso veterinário no Município de Porto
Alegre.
PROC. Nº 2908/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 331/13, de autoria da
Verª Any Ortiz, que institui o Programa Municipal de Apoio à Formação
Universitária – Promafuni. Com Emenda nº
01.
PROC. Nº 3499/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 392/13,
de autoria do Ver. Clàudio Janta, que concede o título de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao senhor Edison Artur da Silva Feijó.
PROC. Nº 3518/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 397/13,
de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que denomina Rua Tenente Mário Prates
Teixeira o logradouro não cadastrado conhecido como Beco Pedreira – Vila Colina
Verde –, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.
PROC. Nº 0659/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 064/14,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que revoga a Lei nº 11.467, de 26 de
agosto de 2013, que denomina Rua Laudemiro Veiga Rodrigues o logradouro público
não cadastrado conhecido como Rua C – Conjunto Residencial Alto Petrópolis.
PROC. Nº 1045/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 102/14,
de autoria do Ver. Dr. Thiago, que denomina Rua José Pedro Rodrigues o
logradouro não cadastrado conhecido como Beco Dois – Estrada Extrema.
PROC. Nº 1126/14 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 018/14, que
altera o art. 6º da Lei nº 11.396, de 27 de dezembro de 2012 – que altera o
art. 1º, o caput do art. 2º e o art.
4º e revoga os incs. II, III, V, VI e VII do caput do art. 2º da Lei nº 4.050, de 1º de dezembro de 1975,
alterada pela Lei nº 7.439, de 15 de junho de 1994, alterando a denominação da
Secretaria do Planejamento Municipal (SPM) para Secretaria Municipal de Urbanismo
(Smurb) e dando outras providências; extingue cargo em comissão e funções
gratificadas e cria funções gratificadas no Quadro dos Cargos em Comissão e
Funções Gratificadas, constante da letra “c” do Anexo I da Lei nº 6.309, de 28
de dezembro de 1988, e alterações posteriores; estabelece finalidades básicas
da Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) e dá outras providências –,
alterando as finalidades básicas da Secretaria Municipal de Obras e Viação
(SMOV).
PROC. Nº 0633/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 059/14,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui inc. V no caput do art. 4º da Lei nº 10.474, de 23 de junho de 2008, alterada
pela Lei nº 10.722, de 8 de julho de 2009, determinando que, em sua utilização,
as caçambas estacionárias contenham adesivo informativo das datas de sua
colocação e previsão de sua retirada da via pública municipal, bem como do tipo
de entulho a que se destina a coleta.
PROC. Nº 0665/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 065/14,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que institui programa de incentivo e
viabilização da realização de atividades de lazer, cultura e esportes no leito
de vias públicas municipais, por meio do estabelecimento de seus trechos como
Ruas de Convivência.
PROC. Nº 0732/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 071/14,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Programa Municipal de
Empreendedorismo.
PROC. Nº 0911/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 088/14,
de autoria do Ver. Mario Fraga, que inclui inc. IV no caput do art. 1º da Lei nº 6.998, de 10 de janeiro de 1992, e
alterações posteriores, estendendo aos alunos com 4 (quatro) anos de idade
matriculados em estabelecimento escolar o benefício da passagem escolar nos
serviços de transporte coletivo, em ônibus, explorado, concedido ou permitido
pelo Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 0952/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 091/14,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que obriga a inclusão de conteúdo sobre a
história científica do padre Roberto Landell de Moura nas disciplinas de
história, ciências e língua portuguesa, ministradas nas escolas da rede
municipal de ensino.
PROC. Nº 1012/14 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/14,
de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que inclui § 4º no art. 44 da Lei
Complementar nº 728, de 8 de janeiro de 2014 – Código Municipal de Limpeza
Urbana –, excetuando do rol de atos lesivos à limpeza urbana a utilização de
itens de oferenda conhecidos como ebós em cultos e liturgias de religiões de
matriz africana e da umbanda.
PROC. Nº 1227/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 120/14,
de autoria do Ver. Clàudio Janta, que declara feriados municipais os dias em
que ocorrerem jogos da Copa do Mundo de 2014 no Município de Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0215/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 010/14, de autoria do
Ver. Marcelo Sgarbossa, que reconhece as práticas do grafite e do muralismo
como manifestações artísticas de valor cultural, sem conteúdo publicitário e
realizadas com os objetivos de valorizar o patrimônio público e o patrimônio
privado e de embelezar a paisagem urbana, e dá outras providências.
PROC. Nº 0610/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 053/14,
de autoria do Ver. João Derly, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao senhor Osmar Selaimen.
PROC. Nº 0632/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 058/14,
de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que inclui o evento Cavalgada do Guerreiro
no Anexo II da Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Eventos de
Porto Alegre e Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, realizado na semana entre os dias 16 e 23 de abril.
PROC. Nº 0837/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 084/14,
de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título de Cidadão de Porto
Alegre ao senhor Artur Pacheco Seabra.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu queria começar este período preliminar
de Pauta com um projeto do Ver. Marcelo Sgarbossa que reconhece as práticas do
grafite e do muralismo como manifestações artísticas de valor cultural, sem
conteúdo publicitário e realizadas com o objetivo de valorizar o patrimônio
público e o patrimônio privado e de embelezar a paisagem urbana e dá outras providências.
Eu
queria, primeiro, saudar a iniciativa do Vereador. Acho que é muito importante
que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprove este projeto, coloque como
parte do processo de produção cultural e artística o grafite e o muralismo,
ainda mais numa situação que, infelizmente, o grafite, que é uma das grandes
artes, como diria Banksy, um dos grandes artistas do grafite mundial, é uma das
artes mais democráticas que nós temos, que não tem a cobrança de ingresso, que
não existe diferença para quem pode vê-lo, porque ele está para embelezar a
arte urbana, sujeito a interpretações, ao mesmo tempo em que permite a uma gama
grande de jovens entrar no mundo das artes através do grafite.
E
este debate é muito atual, Marcelo. Eu sei que nós dois viemos duma geração que
parece ponto batido algo que é evidente, que é óbvio, é ululante: que o grafite
é uma das grandes expressões artísticas que nós temos na atualidade. Porque o
movimento, o hip-hop, a juventude que
trabalha muito com grafite, há 20 anos vem fazendo esse debate no mundo e no
Brasil também. Mas, infelizmente, nós ainda vemos a repressão a essas
expressões artísticas. E eu aproveito o teu projeto para trazer a esta tribuna
um caso que me chocou no final de semana: dois artistas estavam fazendo grafite
no Terminal da Av. Assis Brasil, que estava autorizado - 95% do Terminal já
está contemplado com grafite. Eu falei com o artista por telefone. Ele disse
que tinha ido até a EPTC, e que este órgão disse que estava autorizado a
prática do grafite naquele Terminal. Estavam fazendo o seu trabalho - ele e
outro colega e amigo - à noite, já que evidente não vão colocar a população
próximo às tintas, porque é mais seguro por um lado e mais fácil para o artista
fazer o seu trabalho à noite. Pasmem, foram presos! Nós vivemos num País que
ainda trata a arte como se fosse crime. Esses grafiteiros são conhecidos;
inclusive já fizeram parte de entrevistas em jornais, com seu trabalho
voluntário para tirar os jovens da pichação e incluí-los na arte do grafite.
Esse grafiteiro ficou 8 horas da sua vida preso, apesar de o Guarda Municipal
do Terminal Assis Brasil dizer que aquele Terminal estava, sim, liberado para o
grafite, apesar de ele ter ido à EPTC e terem dito que aquele Terminal estava,
sim, autorizado para o grafite; apesar de eles estarem fazendo um dos mais
belos trabalhos artísticos, que é a prática do grafite – ficou muito bonito o
que ele conseguiu pintar, porque não conseguiu concluir -, apesar de tudo isso,
esses dois jovens foram presos. E ainda imputaram a eles crime ambiental. É um
absurdo completo, não se respeitar a liberdade artística, a liberdade de
expressão; ainda mais, ainda mais, com autorização. Ainda nós estamos em pleno
2014 combatendo uma visão conservadora e elitista que não enxerga no grafite
uma arte, que não enxerga na manifestação das artes da periferia uma das artes
mais democráticas que nós temos na atualidade. E nós ainda temos casos graves,
como desse grafiteiro que também é tatuador.
Então,
eu venho lhe cumprimentar pelo projeto, fiquei muito contente quando vi na
Pauta, inclusive, te disse que viria aqui falar sobre o teu projeto, porque nós
precisamos enfrentar esse debate. Primeiro, não silenciar diante dessa
injustiça que viveu o artista Jimmy Valença - amanhã ele vem na Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos prestar o seu depoimento, às 9h, para
quem quiser ouvir do próprio artista, a situação grave de humilhação, de prisão
que ele viveu. Por um lado, o caso da denúncia; por outro lado, no caso da
proposição colocando no rol das atividades artistas de Porto Alegre o grafite,
o muralismo moralismo. Parabéns pelo projeto. Podem contar comigo.
(Não
revisado pela oradora.)
(O
Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereadora. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. Inicialmente quero aplaudir a iniciativa do Ver. Janta, que foi
seguida por toda Casa, de nós invertermos a ordem e entrarmos em Pauta em
primeiro lugar, permitindo que nós discutíssemos quatro projetos muito
importantes em 2º Sessão de Pauta e que avançássemos, Ver. Cecchim, em cerca de
15 outros projetos que estão em 1ª Sessão de Pauta. Sabidamente, temos uma
extensa Ordem do Dia hoje e não temos nem a pretensão de vê-la cumprida
integralmente. Era por certo que os trabalhos não permitiriam que
ingressássemos na Pauta, após o seu encaminhamento. Por isso, Ver. Janta, eu
quero salientar a Vossa Excelência, pela sua solicitação e dizer que estes
eventos que são objetos de projetos de lei e que constam na 2ª Sessão, a
começar pelo próprio projeto de lei do Ver. Marcelo Sgarbossa, com relação ao
grafite, vai, inclusive, possibilitar que se faça uma bela distensão nos
debates que faremos aqui entre o que é muralismo, o que é grafite, o que é
vandalismo e o que são estas pinturas desautorizadas que ocorrem em tudo que é
canto de Porto Alegre, muitas vezes até ceifando a vida de alguns, dada a ousadia
com que pintam prédios inteiros com expressões que a grande maioria da
população não compreende e que não contribuem em absolutamente nada para
enfatizar o muralismo e o grafitismo. Mas, a nossa intenção maior, Sr.
Presidente, é, neste segundo dia de Pauta, acentuar com maior rigor possível na
nossa proposta de conceder a cidadania de Porto Alegre ao Dr. Artur Pacheco
Seabra, Diretor Médico do Hospital Porto Alegre, um dos profissionais mais
competentes que a cidade de Porto Alegre registra. Da mesma forma que o Dr.
Estima, que acabamos de homenagear com um momento especial aqui da Casa, com um
minuto de silêncio, notável cirurgião plástico, ele também, o Dr. Seabra exerce
as suas atividades com muita proficiência nessa área. Por isso aproveito esta
singular oportunidade para fazer este registro. Com certeza, irei acompanhar o
andamento deste projeto, que a partir de hoje, cumprida a Pauta, retoma o seu
caminho natural e, em breve, muito breve, deve estar conosco lá na Comissão de
Constituição e Justiça, para ser por nós homenageado.
De
outra banda, Sr. Presidente, aproveitando o minuto que ainda me resta, eu
assinalo a presença aqui na Casa do PLE nº 018/14, que altera a denominação da Secretaria
do Planejamento Municipal -SPM para Secretaria Municipal de Urbanismo - SMURB e
altera o art. 6º da Lei nº 11.396, extinguindo Cargos em Comissão e Funções
Gratificadas e criando outras funções gratificadas no Quadro dos Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas. Tem o objetivo de adequar à nova estrutura da
SMURB as novas funções que lhe foram delegadas nas alterações que esta Casa
pensou que fosse realizar ainda no exercício passado. Por isso, Ver. Tarciso,
que também comparece aqui com um dos projetos da nossa relação de Pauta, eu fiz
esse registro e aproveitei a oportunidade para comentar com a devida ênfase,
dizendo que terei a oportunidade de me manifestar, na próxima reunião, sobre os
demais projetos merecedores da minha atenção e que constam em primeiro dia de
Pauta. A próxima reunião certamente deverá ocorrer na próxima segunda-feira,
quando teremos mais uma oportunidade desta discussão preliminar. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver.
Engº Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras; senhoras e senhores, temos um conjunto de Projetos em Pauta, ou
seja, dando entrada neste Legislativo para o debate. Primeiro quero
cumprimentar aqui o Ver. Marcelo Sgarbossa, da minha Bancada, que oferece três
Projetos, todos os três com relevância ao tema da construção da Cidade, de
conceito de cidade sustentável, incorporar a juventude nesse debate dos
grafites, tratar a conscientização do consumo de alimentos saudáveis,
construindo a possibilidade de um dia sem carne, e quero aproveitar este
momento para fazer uma análise do PLE, nº 018/14. Em princípio, temos acordo
com o que propõe o projeto. O projeto propõe uma mudança que estabelece, lá no
seu art. 6º, um trabalho que é de finalidade e responsabilidade da SMOV
planejar, viabilizar e fiscalizar a execução de obras públicas municipais.
Sempre foi essa uma das funções da Secretaria de Obras e Viação. Quem executa e
coordena obras é a SMOV, em princípio, mas esse projeto, na sua originalidade,
foi o Projeto que votamos, lá em 2012, mais precisamente no dia 27 de dezembro
de 2012, atendendo a uma reestruturação administrativa do Prefeito
recém-eleito, naquela época, José Fortunati, junto com o colegiado dos seus 13
partidos, que fez uma reforma administrativa, e esse Projeto criou a Secretaria
Municipal de Urbanismo – SMURB. Naquele momento, eu vim a esta tribuna como
Líder da minha Bancada e disse que nós daríamos o voto favorável à reforma que
o Prefeito estava sugerindo como um voto de confiança, apostando em que a
reestruturação administrativa funcionasse. Pois bem, a SMURB é responsável pelo
planejamento da Cidade, e aqui, Ver. Cecchim e Ver. Villela, que com atenção
nos ouvem, nós reformamos o Plano Diretor, revisamos o Plano Diretor em 2010.
No Plano Diretor há mais de 50 artigos que necessitam ser regulamentados e que
até o momento não o foram pela SMURB; até o momento a SMURB não realizou os
estudos. Vou citar aqui um exemplo que lembro de cabeça porque foi uma emenda
de minha autoria: lá no território do Extremo-Sul de Porto Alegre, um
território rururbano, nós temos um conjunto de núcleos urbanos que existem
dentro daquele território. O Plano Diretor, oriundo de 1999 e 2000, só
reconhece os núcleos do Lami e do Belém Novo. Propus aqui que o Lajeado, a Boa
Vista, a Extrema e o Jardim Floresta fossem aprovados por esta Casa como
núcleos urbanos, e a Secretaria Municipal de Urbanismo tinha 12 meses para
realizar este trabalho. Realizou? Não. Nem sequer foi a campo fazer essa
discussão, não existe um mapa sugerindo a regulamentação desses núcleos
urbanos. O que acontece? Todas aquelas comunidades continuam sendo irregulares
no mapa da Cidade. Se não define um perímetro urbano, não define regime; não
definindo regime, não dá condições de que o mercadinho, a ferragem, a
serralheria, a loja de rações que lá estão possam ter o habite-se. Não tendo o
habite-se, não tem o alvará; não tendo alvará, eles estão irregulares. O que
acontece? Leva à possibilidade de uma relação nada republicana com o poder
público, e aí, os fiscais, muitas vezes, agem no seu livre arbítrio, e nós
precisamos corrigir isso.
Então,
quero aproveitar esta oportunidade em que estamos debatendo, e tem este projeto
do Executivo que propõe fazer uma emenda na lei que criou a SMURB, Secretaria
Municipal de Urbanismo, significa estudar, planejar, apontar e construir
diretrizes para a Cidade. Diante disto, saiu um indicador, Sr. Presidente,
neste primeiro trimestre do ano, de que foi o pior das últimas três décadas de
Porto Alegre no que diz respeito à aprovação de projetos. E a aprovação de
projetos tem que ter um rito. Um tema que o Município de Porto Alegre precisa
regulamentar é a lei de proteção na questão dos incêndios. E esse tema, que tem
uma lei estadual que gerou um conjunto de sugestões e um conjunto de debates e
o papel que o município tem que assumir... A Secretaria de Urbanismo precisa
dirimir rapidamente as dúvidas existentes, e que nós possamos, aqui, Ver.ª
Lourdes, contribuir com esse debate e instituir o que diz respeito à proteção
de incêndio, que cabe ao Município para poder regulamentar. Isso é uma lacuna
no Município de Porto Alegre.
Como
o meu tempo está se esgotando, vou concluir dizendo que, primeiro, a nossa
Bancada, e este Vereador, em princípio, uma opinião própria neste momento, sou
favorável à adequação da Lei nº 11.396, que criou a SMURB, dando esse papel à
SMOV.
Já
convido todos os colegas Vereadores e Vereadoras para a Frente Parlamentar pela
Reforma Urbana, que tenho o prazer de coordenar, juntamente com outros
Vereadores, pois no dia 5 estaremos fazendo um debate, nesta Casa, sobre a
adequação da lei de proteção a incêndios. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Apregoo Requerimento, de autoria da
Ver.ª Fernanda Melchionna, que, na condição de Vice-Líder da Bancada do PSOL,
solicita Licença para Tratamento de Saúde ao Ver. Pedro Ruas, no dia de hoje,
21 de maio de 2014.
O
Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir a Pauta, por cedência de
tempo do Ver. Idenir Cecchim.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, público das galerias, público da TVCâmara, estamos em período de
Pauta, e como hoje temos cinco inscritos, o Ver. Cecchim cedeu seu tempo, pelo
qual agradeço muito.
Sobre
um Projeto que está em Pauta, Ver.ª Séfora, mesmo que a gente não ande de
ônibus todos os dias, mas uma vez que outra, hoje, a gente vê as crianças
passando por baixo da roleta. Falo diretamente à Ver.ª Séfora, porque ela tem
um trabalho nessa área, juntamente com o Ver. Elizandro Sabino, que tem um
trabalho junto aos conselheiros tutelares – no meu caso, o meu irmão é
conselheiro, reeleito, na Microrregião 6. Então nós temos essa dificuldade,
sempre, com as crianças. Conseguimos achar – o meu gabinete, a nossa assessoria
– uma brecha na lei, Ver. Márcio Bins Ely, nosso Líder, para colocar que as
crianças de quatro anos tenham a passagem escolar. É lógico que, na nossa lei,
está escrito que elas têm que estar matriculadas numa escola estadual,
municipal, dentro do Município de Porto Alegre, mas talvez seja o momento, até
para as Bancadas que têm representação na Assembleia, de estender essa lei para
o Estado, para as crianças da Região Metropolitana que vêm estudar em Porto
Alegre – e eu conheço algumas, principalmente em Alvorada e Viamão. Muitas
crianças vêm para Porto Alegre, então, talvez, estender essa lei para o Estado,
também.
Essa
lei vem beneficiar as crianças de quatro, cinco e seis anos. Hoje, já existe
essa lei; e o Ver. Idenir Cecchim até nos chamou, porque, talvez, eu tenha que
colocar uma emenda, ali, para ficar mais claro – não é, Vereador? – porque o
benefício dessa lei é para as crianças de quatro e cinco anos, sendo que as de
seis anos já estão beneficiadas na lei que existe, hoje, no Município de Porto
Alegre.
Então
venho aqui esclarecer aos nobres Vereadores e Vereadoras, mas tenho certeza de
que terei o seu apoio, quando essa lei vier a ser votada, aqui, no plenário.
Mas me surge essa ideia, Ver. Tarciso, enquanto estamos falando, que, talvez,
um deputado estadual tenha que implementar no Estado, porque é lógico que todos
nós conhecemos crianças que vêm – eu conheço, especialmente de Alvorada e de
Viamão – para Porto Alegre estudar e que não têm esse benefício da passagem
escolar.
Peço
aos nobres Pares: quando esse projeto for à Comissão, agora, que seja votado o
mais rápido possível, para que possamos votar, de imediato, Ver. Tarciso, Ver.
Elizandro Sabino – eu já tinha falado em seu nome, dizendo que V. Exa. trabalha
diretamente com o Conselho Tutelar, também –, o projeto que dá esse benefício
para as crianças de quatro e cinco anos, que, hoje, infelizmente, não têm
condições de pagar a passagem e passam embaixo da roleta ou pulam no colo dos
seus pais, que a estão levando, para não terem que pagar a passagem, mesmo
porque, às vezes, não têm condições de pagar.
Agradeço,
mais uma vez, ao Ver. Idenir Cecchim, que cedeu o seu tempo para que eu fizesse
esse esclarecimento; e solicito aos Vereadores das Comissões em que esse
projeto for parar, que deem o Parecer o mais breve possível para que a gente
possa votar ainda se possível no primeiro semestre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Ver.ª Any Ortiz assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): O Ver. Delegado Cleiton está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, público
que aqui nos assiste e através da TVCâmara, colegas, funcionários desta Casa,
eu venho aqui pautar alguns projetos. Entre outros, um de minha autoria é o da
Cavalgada do Guerreiro, uma cavalgada em homenagem a São Jorge, nosso protetor,
que já acontece há alguns anos na Igreja São Jorge. Gostaria, principalmente,
de falar do projeto do meu amigo - o pai do Omar e da Sarah, meu querido amigo
Vereador Marcelo Sgarbossa. Lembrei quando eu morava, quando era piá, na Rua
Cel. André Belo, no Menino Deus, e nós colocávamos as cadeiras na calçada, as
crianças brincavam e os vizinhos confraternizavam; bem diferente, infelizmente,
de alguns pontos dessa Cidade porque se nós fizermos isso nos levam junto com
as cadeiras. Mas importante esse projeto de integração das pessoas, integração
das pessoas com a sua rua, com a sua comunidade, com os seus amigos, vizinhos. E
o outro projeto, Marcelo, que reconhece as práticas de grafite da nossa Cidade.
Nós temos, eu também tenho um projeto que estimula a arte e a cultura do
grafite nas escolas e nos muros das escolas municipais de Porto Alegre. Quero
dizer que estive agora, esse domingo, numa exposição da Arte do Grafite, lá, e
aqui mando um abraço para o Barth, para o Jasom, o Rafael Gung, lá de Novo
Hamburgo, e o Allam Vieira, grafiteiros não só de Porto Alegre, mas da Região
Metropolitana que estiverem em Ipanema numa ação da Associação de Moradores e
Amigos do Bairro Ipanema, do balneário de Ipanema. Eu estive presente, já
conversei com a Márcia Salis, que é a curadora deles, e quero dizer,
Fernandinha, que realmente nós temos que incentivar esta arte, que é a arte
popular, que é a arte das ruas, que é a arte que está entrando nas galerias,
mas que é popular. É a arte que se faz para embelezar e para mostrar a
verdadeira cultura popular. Nós estamos trazendo para dentro da Câmara – foi
tratado neste domingo – uma exposição dessa arte, uma exposição de grafites,
que foi realizada agora este final de semana. Nós vamos trazer, para que as
pessoas que vêm aqui, pessoas às vezes de pouca inclusão dentro da arte, possam
ter conhecimento dessa importante arte das ruas, dessa importante arte popular,
assim como é o hip-hop.
Então,
parabenizo-o pelo seu projeto. Quero dizer que também temos esse projeto, que é
de utilização dos muros das escolas municipais com essa arte, que é tão
popular, vinda da juventude, vinda direto das ruas. Quero agradecer aqui e
dizer que estarei votando a favor deste projeto, um projeto muito digno, como o
são, na sua maioria, todos os seus projetos, que apresentam uma visão bem ampla
de Cidade, de humanismo. Estarei votando, meu amigo Marcelo, a favor deste projeto.
Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Obrigada, Ver. Delegado Cleiton. O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Quero
agradecer, tanto à Ver.ª Fernanda e ao Ver. Engº Comassetto, quanto ao Ver.
Delegado Cleiton que vieram à tribuna fazer referência a alguns projetos de lei
que entram em Pauta hoje e ressaltaram alguns de nossa autoria. Eu também vou ressaltar
um projeto do Ver. Delegado Cleiton e diria que os projetos que nós
apresentamos não são fruto de uma ideia iluminada do Vereador, ou de algum
assessor, são das pessoas que convivemos e, muitas delas, têm vindo a este
plenário, como o Renato, nosso companheiro, uma pessoa que optou pela bicicleta
como uso de locomoção pela cidade. E com isso se acaba tendo um contato direto
com a cidade e entendendo as suas necessidades.
O
primeiro projeto que gostaria de destacar é o que cria o Programa das Ruas de
Convivência. O Ver. Delegado Cleiton acabou de dizer que na sua infância
colocava a cadeira na rua para tomar chimarrão, que brincavam na rua, não
tinham medo, o que hoje incutimos nas crianças, porque é um medo real de serem
a qualquer momento atropeladas. Por que não, pelo menos nos domingos e
feriados, essa rua ficar permitido tão somente o acesso local? Se assim for o
desejo dos moradores que podem fazer um abaixo-assinado; o nosso Projeto de Lei
fala em dois terços dos moradores daquela rua. E ali se torna um espaço de
convivência, de encontros como tantas outras ruas. Toda vez que se faz isso por
uma data comemorativa é sempre um sucesso. Por que não criarmos essa tradição
na cidade? Ao invés das pessoas se isolarem em suas casas, em seus apartamentos,
se reencontrarem, e a rua é um espaço primordial para isso.
Outro
projeto que quero destacar, fruto do trabalho nosso mandato, é o que institui o
Programa Dia sem Carne. Já há uma tradição em vários países em provocar uma
reflexão nas pessoas pelo consumo excessivo da carne. As pesquisas antigas e
recentes confirmam que o consumo excessivo da carne está associado a inúmeras
doenças cardiovasculares, diabetes, cânceres; e há um crescente aumento no
consumo de carne. Então é um dia para conscientizar. Inclusive, isso gera no
sujeito que vai cozinhar sem carne uma necessidade de buscar outros alimentos
nutritivos e criativos. É impressionante como os restaurantes que não têm
carnes e seus derivados no seu cardápio conseguem, Ver. Tarciso, encontrar
outras formas de substituição das proteínas, das vitaminas, dos sais minerais
contidos na carne, de forma muito criativa e igualmente ou até mais saborosa.
Então,
tomara que um dia os restaurantes, enfim, dentro dos órgãos públicos consigam
fazer essa provocação.
E
também quero falar a respeito do projeto do Ver. Cleiton, mas, antes disso,
falo do nosso último projeto, que é justamente o que reconhece as práticas do grafite e do muralismo como manifestações
artísticas de valor cultural, sem conteúdo publicitário e realizadas com os
objetivos de valorizar o patrimônio público e o patrimônio privado e de
embelezar a paisagem urbana, e dá outras providências. Esse também o Ver.
Cleiton e a Ver.ª Fernanda destacaram. Isso também é fruto, Ver. Cecchim, de
ter filhos pequenos. Você anda pela Cidade com crianças e elas rapidamente
percebem os desenhos. Nós temos, por exemplo, na Azenha um mural que tem a Hello Kit, tem o Patati
Patatá – os dois palhaços –, e toda vez que passamos por ali ela olha, ficando
isso na sua memória. Eu percebo isso. E por que não fazer isso na Cidade
inteira, Ver.ª Mônica? Poderia ser feito inclusive nos prédios públicos. O
nosso mandato tem contribuído com essas e outras ideias, como a flexibilização
dos horários dos servidores públicos, como já é na PGE. Nós estamos dando
várias sugestões para o município de Porto Alegre. Podem alterar, podem tentar
protocolar projetos iguais, como já fizeram em duas ocasiões, não tem problema.
Não temos amor pela autoria, nós queremos que os projetos aconteçam na vida
real. Nós vamos continuar dando sugestões dessas ideias criativas para melhorar
a vida em Porto Alegre.
Por último, eu queria falar sobre um projeto de
autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
excetua do rol de atos lesivos à limpeza urbana a utilização de itens de
oferenda conhecidos como ebós em cultos e liturgias de religiões de matriz
africana e da umbanda. Essa é a nossa ideia também, Ver, Cleiton. O estado
laico pressupõe a não intervenção dos cultos, na religiosidade. As pessoas
podem perfeitamente portar, se tatuar, portarem distintivos pessoalmente. Mas o
Estado não tem que intervir na religiosidade das pessoas e também não tem que
promovê-la. Nós discutiremos mais adiante um projeto de resolução nosso que
justamente reafirma o estado laico, inclusive o papel desta Câmara de
Vereadores. A laicidade tem uma dupla dimensão: a não intervenção e a
neutralidade. Portanto, nenhum espaço público deveria conter símbolos
religiosos. Essa é a nossa opinião. Discutiremos, na sequência, esse projeto.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, público que nos assiste, boa-tarde.
Ver.
Marcelo Sgarbossa, quero falar um pouquinho de um projeto que eu coloquei em
discussão há dois anos, portanto, dois anos antes da Copa do Mundo, e que foi
retirado, pois havia uma resistência muito grande: referia-se ao mínimo de 15%
de comida integral.
Eu
dizia que muitos países que virão a Porto Alegre, muitas pessoas, muitos dos
nossos visitantes têm diabetes. Quando eu dizia que não estávamos preparados,
houve uma crítica muito grande em cima de mim. Eu dizia que não estávamos
preparados para oferecer este tipo de alimentação. E, agora, eu estou ouvindo
muitas reclamações sobre a alimentação, não só em Porto Alegre, mas em todo o
Brasil. Parece que somos um país que não temos diabetes, não temos hipertensão,
que não temos doenças, Dr. Thiago. Podemos comer qualquer tipo de carne,
qualquer tipo de comida, doces à vontade... Que maravilha! Só que os visitantes
desses países que virão aqui, têm.
Então,
muitos restaurantes que eu conheço e dos quais sou amigo dos proprietários,
perguntei qual era o percentual mínimo de refeições para pessoas diabéticas. Eu
tenho diabetes e dificilmente saio para comer fora. Não é só a salada que faz
parte, não é o só o doce; o tempero da comida também faz diferença. A diabetes,
todos sabem, geralmente traz junto consigo a hipertensão. Se não soubermos nos
alimentar, podemos sofrer consequências muito graves.
Mudando
de assunto, vejo também cobranças muito fortes por não sabermos inglês e
espanhol. A seis meses da Copa querem que um povo, que não tem o básico de
educação, venha falar inglês e espanhol? Eu viajei muito por este mundo, junto
com o Grêmio, com a seleção brasileira, e ninguém sabia falar português;
tínhamos que levar intérprete. Aí, agora temos que saber falar a língua deles?
Tudo bem que num hotel deve ter pessoal preparado, bilíngue; nos restaurantes
também. As pessoas não têm dinheiro para uma boa alimentação, para sua
vestimenta, para sua família, para a educação dos seus filhos, e vão gastar, em
três meses, aquilo que não podem só para aprender a falar meia dúzia de
palavras em inglês ou meia dúzia de palavras em espanhol? É brincadeira! Eu não
sou contra a Copa do Mundo, eu não sou contra o esporte. Eu sou contra essa
demagogia barata que o Brasil quer mostrar lá fora, que sabe tudo e não sabe
nada! Menospreza seu povo, humilha o seu povo. Que país é este? Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. ANY ORTIZ: Boa tarde, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; pessoal que nos assiste das galerias e através da TVCâmara. Eu
gostaria de falar a respeito de três projetos. O meu projeto, PLL nº 010/14,
que está na Pauta, sobre investimentos na formação profissional, que consiste
em o empresário patrocinar, pagar um curso superior para os seus funcionários,
tendo um percentual desse valor abatido nos impostos do empresário. Inclusive,
ontem, tivemos um dia para pensar sobre os impostos que pagamos e que já foram
pagamos este ano. Mais ou menos, até o dia 20 de maio, tudo que trabalhamos foi
apenas para pagar impostos, e também vimos como são aplicados esses impostos.
Então, através deste projeto de lei, venho possibilitar um maior acesso àqueles
cidadãos que por inúmeros motivos não conseguem acessar o ProUni, não conseguem
participar do Fies, entre outros programas de nível nacional que nós temos,
para incentivar a formação, os cursos e estar dentro das faculdades. Podendo
cursar uma universidade e ter uma graduação, com certeza, nós vamos ter pessoas
mais qualificadas que vão qualificar o mercado. Os empresários estarão
investindo no que eles têm de melhor, que é a mão de obra, que é qualificar a
mão de obra da sua empresa, trabalhando com uma mão de obra mais qualificada. E
o Município também ganha, porque terá profissionais mais qualificados que vão
fazer girar a economia, porque vão receber maiores salários. Além disso, a
importância desse projeto não é só para quem é empresário, mas para quem é
estudante. Quero ressaltar que hoje nós somos uma das Capitais com menor índice
de desemprego, mas esse nível de desemprego pode diminuir, não só por uma mão
de obra barata, mas que os nossos intelectuais, que a nossa mão de obra
pensante não seja exportada para outros Estados ou para outros países, como
acontece muito. Quero também ressaltar o projeto de lei do Ver. Marcelo
Sgarbossa que trata do grafite como arte; temos que estimular essa cultura do
grafite. Andando pela cidade, a gente vê Porto Alegre muito suja por conta das
pichações que existem, que, apesar de também ser uma manifestação, a pichação
prejudica a Cidade, deixando-a suja e com aspecto muito feio. O que a gente tem
que incentivar é o grafite, como aquele no Túnel da Conceição, com aqueles
desenhos. O Ver. Marcelo comentou que suas filhas vão olhar os desenhos e os
reconhecem. Então, a gente pode ter o grafite, realmente, como uma arte e que
ela possa fazer parte das escolas, estar nos muros das escolas, nos muros dos
prédios públicos e criarmos essa cultura dentro da nossa Cidade. Além disso,
também comento o projeto de lei do Ver. Mario Fraga, que inclui as crianças de
4 e de 5 anos no projeto de passe livre para ir à escola. Acho que é muito
importante, isso tem a ver com a dignidade da pessoa, de as crianças não
precisarem mais passar por baixo da roleta do ônibus ou a mãe ter que pegar a
criança no colo para passá-la por cima. Incluir crianças de 4 e 5 anos no
projeto das passagens é extremamente importante, é valorizar as nossas crianças,
é incentivá-las a irem à escola com dignidade. Também quero comentar o projeto
de minha autoria, o PLL nº 010/14, de qualificação e formação profissional, que
pode qualificar e dar dignidade às pessoas para que possam crescer,
desenvolverem-se e trabalhar com dignidade, criar seus filhos e construir suas
famílias através do fruto do seu trabalho e ser reconhecido por isso. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às
15h17min): Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, ao PLCL nº 028/11.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2495/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/13,
que altera o art. 24 e revoga o § 2º do art. 32 da Lei Complementar nº 626, de
15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá
outras providências –, e inclui Anexo 6 na Lei Complementar nº 626, de 2009,
criando o Fundo Municipal de Apoio à Implantação do Sistema Cicloviário (FMASC)
e instituindo seu Conselho Gestor. Com
Emendas nos 02, 05 a 07, 10, 12 a 16 e 18, Subemenda nº 02 à Emenda
nº 02, Subemenda nº 01 à Emenda nº 05 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 12.
Parecer:
- da
CCJ. Relator-Geral Ver. Reginaldo
Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 16-12-13 por força do
art. 81 da LOM;
- Emendas nos 01, 03, 04, 08, 09, 11 e
17, Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 08 retiradas
de tramitação;
- Emendas nos 02, 10 e 13 e Subemenda nº
02 à Emenda nº 02 aprovadas em 19-05-14;
- Emendas nos 05, 07 e 12 rejeitadas em
19-05-14;
- votação da Emenda nº 14 nula por falta de quórum
em 19-05-14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação
nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA
por 19 votos SIM, 03 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 15, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa). (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 15 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em
votação nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 16, destacada, ao
PLCE nº 010/13. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 06 votos SIM, 14 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
Em
votação nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 18, destacada, ao
PLCE nº 010/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Nós estamos numa sinuca quanto a esta
emenda, nós todos na Câmara, porque já concordamos que o comitê gestor terá de
ser paritário, porque, efetivamente, o projeto do Governo previa sete do
Executivo e dois da sociedade civil, e a presidência sempre do Governo. E isso
continuará, porque a emenda não corrige isso.
Então,
já fomos derrotados na tese da emenda, o comitê gestor fica paritário,
contemplando pessoas do Orçamento Participativo, alguém representando o
comércio - não fala CDL, alguém do comércio que o Executivo escolherá - e
alguém que representará todos os moradores, 1,4 milhão de moradores de Porto
Alegre - não é a UAMPA, é um morador, e não sei quem será essa pessoa, mas
confiamos no Executivo.
Bom,
nós poderíamos aprovar a emenda - e falo não só com os colegas de oposição, mas
com todos os Vereadores -, que, praticamente, é um novo projeto de lei, Ver.
Airto, Líder do Governo; traz inúmeras questões, são duas páginas de emendas, e
lá, no final, vem o que nós já cortamos até agora e vem mais cortes. Primeiro,
no projeto original, de 2009, falava em multa de trânsito; aqui, inciso II – já
fala no líquido arrecadado, então já reduz. Depois, no inciso IV, diz que será
descontado do montante dos 20% - o equivalente aos 20%, porque não são mais
20%, é o equivalente aos 20% - para a construção de ciclovias e campanhas
educativas, os valores investidos com programas ou políticas públicas de
investimento que contemplem a construção de ciclovias, bem como campanhas que
priorizem – e aí abriram a porteira – pedestres, ciclistas e acessibilidade
universal. Então, daqueles 20% que vinham das multas, já não são mais das
multas, é o equivalente a 20%; já se desconta, se houver outros aportes
pecuniários, já reduz bastante; já não é mais o valor total, é o líquido - mais
um corte. E, agora, tudo que se fizer para a acessibilidade, Ver. Mario Manfro,
se fizerem uma rampa numa calçada para cadeirante - que bom que tenha, que
tenha na Cidade inteira! - se reduz do equivalente a 20%.
Eu
estou só esperando o dia em que o Município for questionado no sentido de por
que não faz campanhas educativas ou por que não constrói ciclovias. O argumento
será: não temos recursos. Será risível! Porque um dia teve essa vinculação, e
se abriu mão disso.
Então,
é uma pena! E por que eu digo que estamos numa situação difícil agora? Se nós
rejeitamos a emenda, vale o projeto original. E como é que é o projeto
original? Sete representantes do Governo e dois da sociedade civil. Então nós
precisamos aprovar a emenda, mas aprovar a emenda significa botar
acessibilidade, pedestre e tudo a descontar do equivalente aos 20% da emenda do
Ver. Cassio Trogildo. Então, sinceramente, estou aqui para votar contra, e com
receio de que o projeto original seja aprovado daqui a pouco – é o próximo que
votaremos. E aí derrubará a tese, já construída aqui no plenário, da paridade.
Então, infelizmente, é uma emenda complexa, com vários pontos, não dialogada,
simplesmente apresentada, e que agora nos coloca numa situação que derruba a
própria tese, construída com a base do Governo, com os Vereadores e com a
oposição, da paridade do Conselho, Ver. Tarciso.
Se
nós aprovarmos a emenda agora, o Conselho não será paritário, porque vigora o
projeto original; e, se aprovarmos a emenda, estamos incluindo acessibilidade
universal e pedestre para tirar recurso das ciclovias e das campanhas
educativas. Então vejam que ficamos numa sinuca, e eu confesso a vocês: teremos
que votar contra. E, aí, teremos um Conselho com sete a dois, com a presidência
sempre da EPTC, sem rotatividade e maioria esmagadora quebrando essa lógica da
paridade entre sociedade civil e Governo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar
a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 010/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, é difícil, para a Câmara, a votação desta emenda, porque trata de
vários elementos – aliás, eu quase arrisco que é uma emenda substitutiva. Eu li
uma – e quero chamar a atenção, porque talvez não seja uma das comentadas pelo
Ver. Marcelo – que fala da flexibilidade dos padrões no caso das contrapartidas
de empreendimentos, não cabendo no valor, podendo fazer parte, sendo que uma
parte fica para a Prefeitura fazer... E, na verdade, a gente tem muitas
críticas, hoje, na cidade de Porto Alegre sobre a ciclovia implantada, na sua
não completude e na sua forma ideal, causando risco ao ciclista, porque, quando
ele chega em determinado ponto, a mesma é interrompida, não está bem
sinalizada, não está adequada no tamanho, na largura. E nós sabemos que
infelizmente, para andar de bicicleta, não há pré-requisito, não tem que tirar
carteira, Ver. Tarciso, não precisa fazer aula, não precisa andar com
simulador. Então, anda-se no trânsito de Porto Alegre, num trânsito muito
violento, muito estressado, sem aprender a andar no trânsito de Porto Alegre, é
ou não é, - estão aqui os cicloativistas -, sem conhecer as regras de trânsito,
muitos ciclistas, sem os motoristas conhecerem as regras da sua relação com os
ciclistas, do cuidado que tem que ter, da distância que tem que manter, da
prioridade que tem que manter. Muitos ciclistas não sabem que não devem
transitar na calçada; por outro lado, que tem direito e dever de andar na via.
Muitos motoristas acham que o ciclista andando na via está errado, está
atrapalhando, está incorreto, inadequado, etc. Então, esta flexibilização que
eu leio aqui na segunda parte da Emenda, é uma flexibilização perigosa: a
contrapartida vai fazer, mas ela só pode fazer uma parte, o resto fica para a
Prefeitura, sabe-se lá quando e como vai realizar. É isso que está escrito, que
eu ouvi com muita atenção. Eu entendo que essa paridade também é uma paridade
problemática, porque a gente criou uma lógica que o Orçamento Participativo participa
de tudo. Aí o Orçamento Participativo está absolutamente reduzido na sua
capacidade de intervenção na Cidade e em especial na periferia, porque os
recursos são muito reduzidos, porque as obras em grande medida não são
cumpridas. Aquele reajuste, a repactuação que foi feita em 2011, foi cumprida
em 20% - e já era uma repactuação com retirada de demandas. O Orçamento
Participativo é feito de forma voluntária por moradores da periferia que têm
que segurar a reunião lá na região, a reunião do Fórum de Delegados, mas tem a
reunião da Saúde, tem a reunião das obras, tem a reunião dessa ou daquela, é
uma representação aqui que, muitas vezes, tem sido utilizada para homologar –
homologar – posições do Governo Municipal. O Conselho do Plano Diretor
infelizmente, por exemplo, foi utilizado para legitimar a licitação dos ônibus
que está hoje em vigor, em curso, e que termina em 3 de junho. Ora, essa
licitação não incorporou praticamente nada do que o debate feito com o
Orçamento Participativo demandou, apresentou, pautou. Nós temos uma avaliação
de que essa licitação encaminha as mesmas empresas, não tem democratização de
gestão, não tem democratização dos recursos, do controle da tarifa, do controle
da bilhetagem; portanto, usa-se o Conselho lamentavelmente para homologar. E eu
entendo que é um fundo específico.
E
concluo, Presidente, dizendo que essa paridade não é uma paridade que dá conta
da adequação, da aplicação dos recursos para o fundo cicloviário. Nós tínhamos
que contemplar a emenda que foi derrotada e que garantia que cicloativistas,
entidades ligadas à área, essas, sim, participassem da gestão do fundo.
Portanto, esse tipo de democracia, que é para o Governo referendar o que quer,
não nos serve. Vamos, Ver. Professor Garcia, respeitar a democracia.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, boa-tarde a todos. São
respeitáveis as posições da Ver.ª Sofia e do Ver. Sgarbossa. Agora, preliminarmente, começando pela
posição da Ver.ª Sofia, quando ela diz que o Orçamento Participativo é
meramente homologador de ações do Executivo, isso é uma afirmação bastante
perigosa, com a qual não concordamos, com todo o respeito. Nós compreendemos
que o Orçamento Participativo, que é um exemplo de mundo na ação social,
participativa das cidades, tão cantado e decantado no País inteiro, no mundo
todo, na verdade está, aos poucos, começando a se inserir em outras ações da
sociedade de Porto Alegre, que não apenas aquelas de demandar obras -
normalmente, pequenas obras. O Orçamento Participativo deve e pode, sim, e
acredito que vai estar junto ora com cicloativistas, ora com o Governo. Também
o Governo não estará sempre contrário às posições. Portanto, essa paridade, da
forma como se está propondo, é democrática, contribui com o processo, acredito
que favoravelmente a todos. Portanto, a Ver.ª Sofia faz uma afirmação, repito,
com a qual não concordo.
Por
outro lado, o Ver. Sgarbossa fala, sim, em algumas coisas importantes.
Compreendo, com todo o respeito, que ele deveria ter apresentado uma ou duas ou
três subemendas para discutirmos, mas a nossa emenda tem uma discussão interna
bastante grande. Primeiro, a paridade; segundo, o Ver. Sgarbossa fala na
redução do valor líquido. Ele tem razão, nós apenas estamos propondo valor
líquido, descontando 8% dos tributos, é verdade! Podia ter apresentado uma
subemenda, mas acho que é lógica. Agora já é tarde, não há mais tempo, mas
apenas quero falar aqui sobre a relação da acessibilidade. Toda obra de Porto
Alegre, essencialmente, Ver. Tarciso, também a obra de ciclovia,
necessariamente...Isso é muito bom, positivo para a sociedade que haja obra de
acessibilidade. Foi essa a ideia que apresentamos. Se ela está com alguma
dificuldade, bastava uma simples emenda ou uma conversa, que nós mudávamos o
texto, agregando alguma coisa. Só agora ouço a posição do Ver. Sgarbossa; não
tendo mais como apresentar uma subemenda. Um abraço. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 17 votos SIM, 06 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Regimentalmente,
como faltaram dois votos para a aprovação da Emenda nº 18, quero requerer a
renovação da votação. Farei por escrito.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Pois não, Vereador, pode fazê-lo. Está
registrada a sua solicitação.
Em
votação o PLCE nº 010/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é a última oportunidade; agora, vamos para a votação do projeto em
que o Conselho fica na sua forma original: sete representantes do Executivo -
dois da EPTC, um da Secretaria Municipal da Fazenda, um da Procuradoria do
Município, um da SMOV, um da SMURB, um da SMAM; e dois integrantes de entidades
da sociedade civil com atuação reconhecida no uso da bicicleta.
A presidência do Fundo será exercida por um
representante da EPTC e da Secretaria Municipal de Transportes, indicado pelo
Diretor-Presidente da EPTC, o qual acumula a função de Secretário Municipal de
Transportes.
Então, teremos um Conselho, com apenas dois
representantes da sociedade civil e com sete representantes do Executivo.
Presidência, nem se toca, Ver. Janta: sempre do Governo. Este é o projeto que
vamos aprovar agora ou rejeitar.
Eu quero fazer um apelo especial aos Vers.
Reginaldo Pujol, Nedel, Canal, Mario Manfro e Alceu Brasinha, que estavam lá em
2009, Ver. Pujol, e aprovaram a vinculação – proposta pelo Ver. Beto Moesch e
pela Bancada do PDT – das multas a nada mais, nada menos do que à seguinte
finalidade: “Fica instituída a campanha permanente de educação para a
circulação viária” - não era só para bicicletas, Ver. Janta -, “...a EPTC
desenvolverá programas educativos dirigidos a orientar e a conscientizar
motoristas, pedestres e ciclistas quanto ao uso adequado da bicicleta, do
sistema cicloviário, das regras de circulação e de segurança a serem
compartilhados entre eles.” Essa é a grande ideia do trânsito: o
compartilhamento. E as campanhas e a vinculação com os recursos das multas de
trânsito – um recurso garantido – era para esta finalidade. Ainda: “...bem como
sinalizará, indicando como ciclorrotas as vias constantes na rede cicloviária
sem infraestrutura adequada.” Então, onde não tivesse infraestrutura, seria
feita a sinalização. Bom, não teremos mais essa garantia. Revogamos uma
conquista da Cidade lá de 2009. Eu exibi aqui já, algumas vezes, o vídeo do
Secretário Busatto dizendo: “Estou aqui em nome do Prefeito Fortunati para dizer
que a partir do ano que vem - 2012 – cumpriremos o Plano Diretor e aplicaremos
o equivalente a 20% das multas de trânsito”. Eu já questionei aqui da tribuna:
ou o Secretário Cezar Busatto anda falando em nome do Prefeito de uma maneira
muito fácil, ele vai a qualquer reunião e diz: “Estou aqui em nome do Prefeito,
e garanto que vamos cumprir”, ou efetivamente o Prefeito disse: “Vai lá em meu
nome e diz que vamos cumprir, no ano que vem – 2012 - e depois a gente não
cumpre”. Até agora não escutamos a explicação, nem do Secretário... Posso
mostrar o vídeo de novo, amanhã ou na semana que vem, com o Secretário dizendo
isso em setembro de 2011. Então estamos aqui.
Ao rejeitar a Emenda anterior acabamos de criar
um conselho antidemocrático, um patrolamento do Governo, que não ousa ao menos
abrir a possibilidade de a presidência ser rotativa. Quer dizer, quer ter sete
contra dois, porque aqui é contra mesmo, infelizmente, e a presidência é sempre
deles. Não sei dos colegas das associações, mas ficar lá só para ser voto
vencido, para dizer que está legitimando um Conselho... Se puderem, de alguma
forma, sugerir, eu acho que tem que amadurecer bem a possibilidade de entrar ou
não neste Conselho, porque da forma como ficou, ficou ruim; tiramos uma
garantia para a Cidade, uma conquista feita por esta Casa e pela base do
Governo, e agora resultou num projeto que não tem o mínimo de democracia no seu
gerenciamento. Então é a última oportunidade para rejeitarmos este projeto.
Deixemos como está, por enquanto, continuamos com a vinculação das multas e a
EPTC fazendo na medida das suas necessidades; muito baixo, é verdade, mas
continuamos assim, vamos discutir melhor, vamos aprovar um novo projeto, mais
dialogado. Temos essa possibilidade, Ver. Cecchim, de fazer isso agora.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, aconteceu uma coisa estranha na
votação da emenda anteriormente encaminhada: a plateia que estava aqui torcendo
para que tivesse mais representatividade neste Conselho, assistiu aqui à
oposição derrubar essa proposta. A oposição deu um tiro no pé, aqui e ali fora.
Não sei se vocês se deram conta de que não votando essa emenda a oposição
deixou como estava: sete do Governo e dois de fora. O Governo queria abrir mais
e a oposição não aceitou. Por quê? Por estar surda? Não acredito. Por não se
ter dado conta? É provável. É que a oposição impediu que a sociedade
participasse desse Conselho em maior número de representantes. Fazia tempo que
eu não assistia a uma dessas! Quem estava aqui aplaudindo, que estão aqui,
merece todo o respeito - volto a dizer. Até porque é um pessoal muito
qualificado e respeitoso. Eu já fiz esse elogio na semana passada. Eles nunca
me pediram isso, e não é do estilo deles pedir, mas eu faço questão de dizer.
Estão aqui na torcida para que haja mais pessoas os representando nesse
Conselho. O que fez a oposição? O que fez a oposição? Simplesmente quis fazer
um jogo de braço com a base aliada e jogou fora a emenda – essa é a verdade!
Foi um cochilo da oposição que botou por terra todos os sonhos de quem está
aqui fazendo uma pressão legítima para que a sociedade esteja melhor
representada. Vejam só em que pegadinha a oposição entrou. E não foi por
querer. O Governo queria mais gente participando. A emenda do Líder do Governo
era para que mais pessoas pudessem participar desse Conselho. E a oposição fez o
contrário: “Não. Nós não queremos mais gente. Nós só queremos isso que o
Governo propôs no início do projeto!”
Então, meus companheiros Vereadores da base
aliada e também Vereadores que não são da base aliada, que até se abstiveram de
votar: vocês fizeram a parte de vocês, a oposição votou contra! Votou contra
ter maior representatividade no Conselho que foi proposto pelo Governo. Eu acho
que eu não preciso dizer mais nada, Ver.ª Mônica Leal. Acho que eu não preciso
dizer mais nada porque a oposição jogou contra o seu próprio gol e deu no que
deu. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
O SR. CASSIO
TROGILDO:
Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste das galerias, eu até não viria a esta
tribuna, porque já debati na última segunda-feira bastante sobre o Fundo
Cicloviário. Mas, tendo em vista as últimas manifestações, resolvi voltar a
esta tribuna, porque realmente não entendi a manifestação do Ver. Marcelo
Sgarbossa. Ele veio aqui se manifestar contrário à criação do Fundo! Mas ele
tinha um projeto que também propunha a criação do Fundo Cicloviário! Como o
projeto dele não foi aprovado, agora ele é contra a criação do Fundo? É
importante que quem está aqui nos assistindo das galerias e quem nos assiste de
casa também, saiba que a não criação do Fundo agora significa que as
contrapartidas - aquelas pequenas contrapartidas de execução de 200 a 600
metros, que correspondem entre R$ 20 e R$ 23 milhões já, de imediato, para o
Governo cobrar dos empreendedores -, que esse dinheiro não vai para o Fundo. É
isso que significa! Porque os 20% das multas estão garantidos com a Emenda nº
02. Então o que se está fazendo aqui é tentar abrir mão de recursos para
qualificar, para executar ciclovias e para fazer os programas educativos do
trânsito de Porto Alegre. Também não consegui compreender, Ver. Cecchim,
conforme V. Exa. também disse aqui desta tribuna, por que a oposição não votou
favoravelmente à Emenda nº 18? Pois a Emenda nº 18 é ruim, é ruim quando pede
paridade? É ruim quando pede e diz que vão ter três integrantes dos
cicloviários, dois do OP, um da sociedade representante do comércio e um
integrante da Associação de Moradores de Porto Alegre? É ruim porque é
paritário? É ruim porque o Governo escutou as galerias e propôs uma emenda
criando a paridade no Conselho? Eu não entendo por que é ruim! Ah, é ruim
porque foi a liderança do Governo que propôs. Ver. Pujol, é ruim porque foi a
liderança do Governo que propôs. Então não pode ser bom - não pode ser bom!
Então nós precisamos, sim, aprovar o Fundo Cicloviário, porque teremos recursos
para qualificar as ciclovias, implantar mais ciclovias e fazer com que nós
tenhamos, efetivamente, esse modal implantado na cidade de Porto Alegre como
uma alternativa de transporte e de mobilidade urbana na nossa Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, uma mentira contada muitas vezes
tenta se transformar em verdade. Eu estava muito quieta, porque, infelizmente,
eles estão mutilando o Plano Diretor Cicloviário, e na segunda-feira já tinham
sido feitos todos os debates que eu julgava necessário. Mas ouvi, de maneira
descarada, que o Governo ouviu as galerias, enquanto as galerias estão aqui
vaiando e dizendo que não querem a emenda e que não querem o projeto. É muita
falta de vergonha na cara! Isso tem que ficar registrado para quem nos assiste
pela TV Câmara, que não pode ouvir a voz que vem das galerias, porque não tem
microfone para os cicloativistas que desde dezembro do ano passado vêm a este
Parlamento pedir que o projeto não seja votado. E eu faço questão de
transformar esta tribuna, pelo menos na intervenção do PSOL, em uma caixa de
ressonância dos movimentos sociais populares. Aliás, esta é nossa ideia de
mandato em Parlamentos, que há muito estão distante das vozes populares, que há
muito são surdos e mudos diante do que os movimentos sociais e dos jovens
disseram, em junho do ano passado, dizem. Os governos e Parlamentos seguem com
a mesma lógica de tentar desconsiderar, e neste caso, mentir sobre as demandas
apresentadas.
Nós
aqui temos claramente colegas nas galerias que estavam muito representados na
audiência pública, que estavam na segunda-feira aqui, que vêm sistematicamente
à Câmara, apesar do horário pouco propício, para garantir a representação e a
participação popular, porque as sessões na Câmara são à tarde - a maior parte
das pessoas trabalha à tarde. Então fiz questão de fazer uso desta tribuna para
dizer três coisas; primeiro: não vendam gato por lebre; as galerias foram muito
claras, quando pediram que não fosse aprovada uma emenda que retirava, na
verdade, o projeto retira os 20% do Plano Diretor Cicloviário.
Eu
tenho muita tranquilidade para falar quando foi aprovado em 2009 o projeto,
pois os únicos dois votos ao Plano Diretor Cicloviário foram do Governo, não
foram da oposição, porque a oposição, quando o projeto é bom para a Cidade, e
quando o projeto é parte da luta dos movimentos sociais, não tem nenhum problema
de discutir, inclusive, defender nesta tribuna.
Naquele
momento em 2009 os votos contrários foram do Governo. Agora quem não gasta os
20% das multas nas ciclovias e na educação para o trânsito não é a oposição, é
o Governo que não coloca os R$ 9 milhões, que deveriam ter sido aplicados em
2009; R$ 11 milhões que deveriam ter sido aplicados em 2010. É a EPTC! E o
Governo Fortunati que se apropria da verba das multas, e a população quer
saber, sim, onde está o dinheiro das multas? O povo quer saber. E nos 20% das
ciclovias não está. Não está nem 10%! Foram interpelados pela Justiça, perderam
na inconstitucionalidade, foi determinado que a Prefeitura deveria cumprir os
20%. E aí mandam este Projeto mutilando o Plano Diretor Cicloviário. Apresentam
uma Emenda que coloca nos 20% líquido, que era o que dizia na Emenda. Já
diminuíram bastante esse montante e os recursos, além de não estar clara a
questão das contrapartidas.
A
questão da acessibilidade dos pedestres, que nós achamos, sim, que tem que ser
feito pelo Executivo, mas pode ser feito dos outros 80% que arrecadam com as
multas. E sem contar as multas para os grandes empresários, que a EPTC não
cumpre. Porque, quando são os barões do transporte coletivo, aí eles isentam a
multa! Como fizeram em abril, e o Ver. Pedro Ruas fez a denúncia nesta tribuna.
Mas quando é para o Plano Diretor Cicloviário não tem recursos para
implementar, não tem dinheiro para apresentar e aprovar projetos que
qualifiquem a educação para o trânsito, não tem dinheiro para efetivamente
construir os 490 quilômetros que estão previstos no Plano Diretor Cicloviário.
E é esse Governo que não fez, não é mais ninguém. Então, não queiram faltar com
a verdade para com quem nos acompanha pela TVCâmara. As galerias estão claras
e, desde o início, dizendo: não mutilem o Plano Diretor Cicloviário! Não tentem
se isentar do seu voto em relação ao Projeto. Eu espero que os Vereadores que
têm dúvida se abstenham, pelo menos; não permitam que esse Projeto tenha 19
votos. Aí, poderão dormir com a consciência tranquila, diante da violência e da
agressividade do trânsito, diante de uma lógica “rodoviarista”, que,
infelizmente, prioriza a velocidade e não a vida. Então, eu faço este apelo:
que votem contra o Projeto, e que aqueles que estão em dúvida se abstenham, que
de fato ouçam as galerias. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Fernanda. A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu acho que agora é um
momento bastante importante e gostaria, Ver. Marcelo, Ver. Airto, que
tivéssemos a clareza de que agora, aprovando o Projeto, nós estamos terminando
com a lei que criou o Plano Cicloviário. Portanto, votar “sim” ao Projeto é
terminar com uma lei, que leio para Vossas Excelências. É uma lei bastante boa
e fala em todos os pontos que aqui se debateu muito, só não entra no Conselho e
no Fundo. E me parece que, com essa última votação nós devemos zerar o debate
do Fundo e do Conselho, e fazer um novo projeto. Mas eu vou ler, da lei que eu
espero que V. Exas. não revoguem, se abstendo, ou votando contra o projeto,
esta lei: prevê, por exemplo, toda a extensão da ciclovia que nos projetos
cicloviários, sempre que possível, deverão ser observadas as características
mínimas contidas no caderno de encargos da SMOV; prevê que na elaboração do
projeto - ou no projeto - os materiais têm que ser regulares, antiderrapante,
antitrepidantes; prevê, senhoras e senhores, a contrapartida das empresas – eu
não sei por que Ver. Airto, nós estamos aqui flexibilizando, dizendo que vêm
recursos das empresas, se a atual lei diz isso: na construção de
empreendimentos considerados de 1º e 2º nível, na forma dos art. 61 e 62,
deverá ser cobrada, como contrapartida, a construção de ciclovias. Portanto, a
atual lei, que nós não queremos alterar, prevê, Ver. Tarciso, a construção de
ciclovias pelas contrapartidas. A atual lei tem toda a previsão dos
bicicletários; a inclusão, inclusive, de Parcerias Público Privadas para fazer
ciclovias; a atual lei prevê a garantia, anualmente, no mínimo, de 20% do
montante financeiro arrecadado com multas de trânsito, aplicados na construção
de ciclovias e nos programas educativos descritos no art.º 1; a atual lei prevê,
programas educativos; prevê um conjunto de critérios para a implantação das
ciclovias, falando da melhoria da segurança no local, atendimento dos eixos com
maior demanda. E assim vai, uma série de critérios muito importantes.
Não
me parece que diante da colcha de retalhos que se criou, que seja prudente
revogar a atual lei, Ver.ª Any Ortiz, que está preocupada com o Conselho
paritário, minha opinião é que mantenhamos o atual texto da lei. O texto da lei
prevê contrapartida, prevê Parcerias Público Privadas, prevê que os materiais
sejam adequados, prevê educação para o trânsito. Ela é uma lei muito boa, muito
boa, e acho que com o debate que fizemos, com as abstenções aqui que indicaram
que não há segurança no formato do fundo, na flexibilização das vias, nós
devemos manter o atual texto da lei. Porque fala, inclusive, das especificações
da via, da acessibilidade, de todos os elementos que permitem plenamente, e
perfeitamente, que esta Cidade instale um sistema de ciclovias.
É
possível melhorar? Claro que é possível aprimorar, porém do jeito que aqui
foram feitas Emendas recortadas, reprovadas, nós, acho que pioraremos, Ver.
Reginaldo Pujol, se votarmos o projeto agora em questão. Mantenhamos o texto, e
a Cidade ganha. E vamos discutir com calma e com vagar um novo fundo, Ver.
Airto, essa é a minha proposição. Votemos “não” ao atual projeto que com as
Emendas está virado num Frankenstein, com as Emendas não aprovadas ou
aprovadas, no caso não aprovadas, mantém um conselho que é puro governo, apenas
com uma representação para homologar. Portanto, voltemos ao texto original. Não
para manter texto original, para manter uma lei que tenha viabilidade com
recursos vinculados, para manter ciclovias seguras e verdadeiras e não
arremedos de ciclovia. Ver. Presidente, pela primeira vez vim aqui defender que
se mantenha o que a gente já construiu, porque é muito bom, é virtuoso e se
cumprir à risca faz bem para a cidade de Porto Alegre, para a segurança no
trânsito e para os ciclistas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. Em 09 de dezembro de 2013, por conseguinte, meio
ano atrás, nós vimos aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, o nosso
relatório pelo qual nós declarávamos inexistência de óbice, e colocávamos o
projeto em condição de ser votado ainda no ano passado. Não o foi. Acertos,
debates fizeram com que ele fosse transferido, Ver. Valter, para este ano e deveria ser
votado no mês de fevereiro. Também não o foi. O que eu constato agora? E eu me
refiro diretamente a V. Exa., Ver. Valter, porque V. Exa. é um dos mais
brilhantes Vereadores que esta Casa tem, homem de posição firme que há de
compreender o que eu vou dizer mais do que qualquer outro Vereador. Eu lembrei,
Vereador, da famosa questão coimbrã, que marcou a mudança do romantismo para o
realismo, na ditadura portuguesa, aquele choque entre o Camilo Castelo Branco e
o Ramalho Ortigão, e a obra que deflagrou toda aquela pendenga, aquele
processo, aquele duelo verbal, que dizia assim: vaidades irritadas e
irritantes. Pela primeira vez, Ver. Manfro, estou debatendo este Projeto nos
dois dias em que veio à votação e ouvi as discussões serem na base do: olha,
essa proposta é boa, mas não exatamente aquela que a oposição concebeu, aquela
que o Governo pediu, e assim por diante. Hoje mesmo, essa emenda que não foi
aprovada mesmo obtendo 17 votos, em um dia, Ver.ª Any, em que a Câmara não pode
ter mais de 33 Vereadores, porque há três Vereadores em licença médica. Então,
é impossível ter mais Vereador do que os 33 que estão aqui. Dezessete
Vereadores é mais da metade dos possíveis Vereadores votantes no dia de hoje!
Mas eu quero que a votação seja renovada e lá vamos ver esse assunto. Até o
presente momento, eu ouvi discutirem dois aspectos do projeto: se vai ser 20%
do valor das multas ou se vai ser equivalente aos 20% do valor da multa e a
formação do conselho. O conselho foi decidido agora, e eu acredito que não
vamos conseguir mudar em uma nova oportunidade e vai ser igual ao que tem hoje,
porque a proposta que tinha sido colocada de alteração, com a presença,
inclusive, do representante dos cicloviários, deixou de ser aprovada - faltaram
dois votos para isso. Então, essas vaidades irritadas e irritantes não podem
presidir a decisão da Casa em um assunto desta natureza. A Ver.ª Sofia Cavedon
me faz um apelo à compreensão. Eu retribuo esse apelo à compreensão. Querem aprovar
um Frankenstein? Querem deixar a sociedade convivendo com esse projeto que todo
mundo entendeu que tinha de ser modificado e que, porque um setor entende que a
modificação teria de ser feita de um jeito e não de outro, acaba não sendo. Eu
acredito, Sr. Presidente, que se possa desagradar algumas vozes que se fazem
ouvir aqui, mas acredito sinceramente que o projeto vai ser aprovado agora,
sim, senhor. Acho que algumas restrições que haveria com a Emenda que acabou
não obtendo os votos necessários desaparecem. O projeto precisa ser aprovado, e
essa emenda, a que não obteve 19 votos para a votação, até a semana que vem a
gente discute melhor, e, se for o caso, a gente confirma a decisão contrária, e
se não for, iremos, também, aprová-la na próxima semana. Hoje nós temos é que
aprovar o projeto; não podemos perder seis meses de discussão por vaidades
irritadas e irritantes.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação
nominal o PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM, 08 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para sua Declaração de Voto.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, quero fazer uma justificativa de voto. Voto pela abstenção e farei
por escrito a justificativa, porque disse, desde o primeiro momento, que fui o
responsável, como Líder, pela votação do Plano Cicloviário original e gostaria
que este permanecesse sem nenhum tipo de alteração. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Feito o registro, Vereador.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
S/Nº - (Ver. João Carlos Nedel) – requer renovação de votação do PROC.
Nº 1422/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/13, que altera o inc. XIII do caput e inclui § 4º no art. 118 da Lei
Complementar 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre
recuo de ajardinamento.
Observação:
- encaminharam a matéria os Vereadores João Carlos Nedel e Valter Nagelstein, em 30-04-14.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando
renovação de votação do PLCL nº 012/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM,
07 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1503/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 145/13,
de autoria da Verª Any Ortiz, que obriga a manutenção da prestação do serviço
do transporte coletivo pelo período mínimo de até 1h (uma hora) após o término
de eventos com atrativo de trânsito e público realizados no Município de Porto
Alegre.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Alberto Kopittke: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 02-04-14 por força do
art. 81 da LOM;
- discussão adiada por uma Sessão em 23-04-14;
- discussão adiada por uma Sessão em 30-04-14.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em
discussão o PLL nº 145/13. (Pausa.) A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para
discutir o PLL nº 145/13.
A SRA. ANY ORTIZ: Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
quero apenas esclarecer alguns pontos do projeto. Em primeiro lugar, cumpre
ressaltar que eu não estou inovando com este projeto de lei. Hoje, durante os
eventos de grande atrativo de público e trânsito, na nossa Capital, já existe
um efetivo a mais de transporte público que atende o entorno da localidade, mas
o transporte é realizado apenas do local do evento até o Centro da Cidade. Qual
foi a necessidade que me fez apresentar este projeto de lei? A partir do
Centro, as pessoas ficam à mercê de um transporte coletivo que, durante a
noite, aqui em Porto Alegre, sabemos que é muito deficiente, e elas não
conseguem voltar até os bairros onde moram.
Quanto
à questão que foi apontada, sobre o que significaria um evento com atrativo de
trânsito e público, eu quero esclarecer que não cabe a mim, como Vereadora, e
nem ao Legislativo, definir o que significa isso. A gente tem, no Código
Nacional de Trânsito, no que se refere a esse assunto, no art. 93, a mesma
expressão, polo atrativo de trânsito, é utilizada no PLL nº 145/13, o Projeto
que eu protocolei, sem que a falta da sua definição no CTN cause ou represente
qualquer tipo de omissão ou sequer de indefinição. E há que se atentar que esta
expressão legal, em que pese não esteja definida dentro do texto legal, não
importa neste momento, pois o próprio órgão de trânsito local, no caso de Porto
Alegre, a EPTC, vai fazer a definição.
A
outra questão que eu quero deixar bem clara é que, hoje, a gente tem que
utilizar, para poder participar de eventos...
E
eu fiz uma lista apenas para mostrar a diferença de locais que têm espaços onde
podem ser feitos este tipo de evento: a FIERGS, na Zona Norte; na frente do
Aeroporto tem um outro espaço; no Bairro Humaitá, a Arena do Grêmio; no
Beira-Rio; no Porto Seco; no Anfiteatro Pôr-do-Sol.
A
gente tem diversos locais dentro da Cidade onde acontecem eventos, pode ser de
futebol, ou de outras atrações culturais, nacionais ou internacionais, e as
pessoas que vão até esse tipo de evento, muitas vezes, por não conseguirem
retornar para as suas residências, acabam utilizando o transporte público
individual, que é o táxi, para poder retornar para as suas residências. E a
minha proposta é que uma hora após o término desses eventos, o Município
continue fornecendo o transporte público não só da localidade até o Centro, mas
do Centro até o Bairro, para que as pessoas possam, com segurança, dentro do
transporte público, se deslocar.
E
eu já quero aproveitar o meu tempo aqui para deixar claro que alguns podem
questionar, se é que vão questionar, a questão do aspecto financeiro, o que,
realmente, eu não levei em consideração dentro desse projeto, porque nós
sabemos...
E
nós conseguimos ver, durante todo o ano passado e início desse ano também,
discussões muito grandes a respeito do transporte coletivo, dentro desta Casa,
e, mesmo assim, eu posso afirmar que não haverá prejuízo para as empresas,
porque, com a sanção do projeto, as pessoas que vão utilizar o transporte vão
pagar por estar dentro do transporte público. E nem todas às vezes temos que
pensar em fazer projetos que possam ser superavitários para o transporte
público.
O
transporte público tem que fornecer um serviço para a nossa Cidade, e, em
relação a esse serviço, a partir das 10h da noite, vocês sabem que os ônibus
aumentam, e muito, o espaço de tempo entre uma linha e outra, sendo que, após a
meia-noite, muitos ônibus encerram as suas atividades, e as pessoas que
necessitam dele - e aqui eu falo de quem mora nos bairros mais carentes da
Cidade, as pessoas que têm mais necessidades financeiras - acabam se privando
de participar de alguns eventos, porque não há como, após a meia-noite,
retornar para seus bairros, para suas residências. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº
145/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quando eu pedi a palavra, eu
não havia me apercebido de que a autora do projeto se propunha a fazer uma
manifestação da tribuna. Imediatamente eu concordei com que ela falasse antes
de mim, porque eu achei que a fala seria elucidativa e propiciaria um
entendimento amplo da matéria que está sendo discutida. E a simpatia da Ver.ª
Any Ortiz, o carinho que temos por ela, a aposta que nós temos na sua
trajetória política jovem fazem com que a gente olhe com muito carinho a sua
proposta. Isso não impediu, na Comissão de Constituição e Justiça, quando o
Ver. Márcio Bins Ely colocou o seu voto, assinalando a inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do projeto, que eu tivesse votado aprovando
a proposta, com restrições quanto ao mérito. As restrições quanto ao mérito são
muito bem explanadas no voto da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul pelo Ver. Nedel, que, textualmente disse o seguinte: “A Comissão de
Constituição e Justiça, por sua vez, concluiu pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do projeto. Caminhamos em sentido oposto, na análise
do mérito, por entendermos que o projeto apenas tangencia o problema e em nada
referencia as prováveis repercussões da medida proposta. Por exemplo, fica no
ar, pelo projeto, a dimensão ou a magnitude dos eventos atrativos de trânsito
em público assim como os horários de sua realização. Também não é estabelecida
uma relação operacional entre os locais de realização e as linhas de transporte
público atingidas pelo evento. Diz mais, na forma como está proposta a nova
obrigação, todas as linhas de toda a Cidade deverão ampliar por uma hora, no
mínimo, a prestação dos seus serviços, independentemente do alcance geográfico
e da duração do evento, tudo isso sem considerar a quantidade de pessoas
participantes do evento. É nosso entendimento, afirma o Ver. Nedel, em seu
parecer, que a medida, como a contida no projeto, deve ser pontual e eventual,
negociada entre o Executivo e as empresas eventualmente atingidas pela
necessidade atípica de transportes, não podendo ser generalizado para toda a
Cidade. Pede a rejeição do projeto.
Eu concordo em grande parte com a colocação do
Ver. Nedel, mas, no final, eu acho que esse assunto que a Vereadora tentou
abordar e abordou não pode ficar somente sujeito a uma negociação entre
empresário e o Poder Executivo, porque a Casa quer dele participar. Eu só não
entendi por que as demais Comissões não promoveram esse debate interno que
propiciaria, se fosse o caso, algumas correções no projeto da Ver.ª Any, e,
efetivamente, colocadas aquelas coisas que o Ver. Nedel aqui levantou, que se
estabelecesse a forma como, nas eventualidades e nas tipificações específicas,
isso ocorreria, tirando essa condição genérica que, me parece, um tanto
imprecisa no projeto.
Então, Sr. Presidente, eu não costumo esconder
as posições, é do meu feitio, eu estou numa dúvida atroz. Eu gostaria muito de
votar com a Ver.ª Any Ortiz, acho que a sua intenção é muito boa, mas sou
atingido fortemente pelos argumentos do Ver. Nedel, oferecermos restrições ao projeto. Fico
pelo menos, momentaneamente e até votar eu posso evoluir para outra posição,
numa posição de efetivo conflito, que me levaria – e provavelmente possa até me
levar – a uma posição não comum na minha pessoa, que é de confessar a minha
dúvida, a minha ambiguidade e, por conseguinte, a acabar, Ver.ª Lourdes, dando
um voto muito semelhante ao que V. Exa. frequentemente dá aqui na Casa, ficando
pela abstenção. Por enquanto, é essa a minha posição.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, gostaria de convidar os
Vereadores para participar da Reunião da CEDECONDH sobre um artista grafiteiro
que foi preso arbitrariamente na nossa Cidade e que merece o nosso apoio e
solidariedade.
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Solicito abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) (Após
o fechamento do painel eletrônico.) Dezoito
Vereadores presentes. Não há quórum.
Está
encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h43min.)
* * * * *